RESPOSTAS ÀS PERGUNTAS MAIS FREQUENTES AOS PAIS DE " PRIMEIRA VIAGEM"
1. Triângulo: mãe, pai e filho
Este triângulo e o vínculo que se cria a partir dele são muito importantes para o desenvolvimento da criança no contexto da família. Não há um jeito certo ou errado de criar os filhos. Os pais devem ficar tranquilos, pois naturalmente percebem quando as coisas não vão bem no relacionamento deste trio, a ponto de atrapalhar o desenvolvimento da criança. Se não conseguirem resolver os problemas, devem lembrar-se que existem pessoas dispostas a ajudar. Nesses momentos podem contar também com o pediatra, que sabe que este triângulo é o núcleo fundamental para o desenvolvimento saudável dos filhos.
2. E o resto da família?
Mesmo sabendo que o triângulo descrito acima é o núcleo principal do desenvolvimento da criança, a interação com outros membros da família é muito bem-vinda. Algumas vezes achamos que os avós e os tios atrapalham, mas os conflitos fazem parte da vida, cada pessoa tem uma opinião diferente e a convivência com essa pluralidade é saudável para a criança. Porém, outras vezes, a família torna-se muito invasiva e isto não é saudável. É preciso saber contornar a situação e, novamente, pode-se contar com o médico para ajudar.
3. Qual pediatra eu procuro?
É fundamental ter um bom vínculo com o pediatra, assim, ele pode indicar a melhor forma de sanar situações que geram muita ansiedade para os pais. Entretanto, o pediatra muitas vezes não tem como resolver tudo. Um bom pediatra tem paciência, sabe ouvir e ajudar. E muitas decisões são pessoais, por isso, é conveniente para os pais escolher um médico com o qual possam ter um relacionamento amistoso e franco.
4. Qual é a importância do pediatra?
Ter um pediatra que observe o desenvolvimento e o crescimento da criança é de suma importância, pois ela precisa de um acompanhamento preventivo. É muito melhor levar o seu filho ao mesmo pediatra todas as vezes que ele fica doente, do que levá-lo a prontos-socorros de pediatria. Se o pediatra já conhece a família, a criança e o tipo de resposta que ela apresenta frente a uma situação de estresse, o tratamento fica muito mais fácil.
5. Quando posso dizer que meu filho está com febre?
Para iniciar, deve-se colocar a mão na sua testa ou em qualquer outra parte do corpo. Se a criança estiver mais quente do que o normal, o segundo passo – e mais importante – é medir a temperatura com um termômetro. Aqui no Brasil o termômetro é colocado embaixo do braço (na axila). A temperatura considerada febre é de 37,8ºC ou superior a esta. É dada preferência ao termômetro de mercúrio, pois mostra com mais precisão a temperatura corporal real.
6. Meu filho não deixa usar o termômetro!
Existem outras opções de termômetro no mercado, aqueles que são colocados no ouvido ou na testa. Eles aferem a temperatura com muito mais rapidez, e fazem uma medição confiável.
7. Meu filho está com febre, e agora?
A febre é uma resposta normal frente a um estímulo agressivo que gera estresse, podendo ter como causas: transtornos emocionais, vírus ou bactérias. A febre é um sinal de alerta, mas nem sempre de gravidade. Para o manejo da febre obedeça o guia prático a seguir, mas lembre-se que é sempre melhor esclarecer as eventuais dúvidas com o seu pediatra. Crianças abaixo de um mês de vida não podem ter febre; se tiverem, os pais, sem se desesperar, devem levá-las ao hospital de sua preferência para que os médicos os orientem. Bebês entre 1 e 3 meses de vida que tiverem febre têm de ser levados para uma avaliação do médico. Tratando-se de crianças entre 3 e 36 meses, devemos nos preocupar quando a temperatura estiver acima de 39oC ou quando a febre, mesmo menor do que isso, durar mais de dois dias; nesses casos também é melhor levar para a avaliação do pediatra. Acima dessa faixa etária a febre pode ser observada por dois dias ou até quando a criança começar a se queixar de alguma coisa e só então é necessário procurar o médico.
O vômito pode ser o primeiro sintoma de uma série de doenças. Vômito não significa que a criança vai ficar desidratada. Deve-se observá-la e em caso de dúvida consultar o pediatra. Existem medicações, administradas por via oral, que interrompem os vômitos.
9. Meu filho está com diarréia, e agora?
Muitas vezes, após os vômitos, a criança apresenta diarréia. Isso também não significa que ela vai se desidratar. A diarréia é um mecanismo de proteção do organismo. Atualmente não são mais usados medicamentos para cessá-la. Sua duração pode ser até de 14 dias. Se seu filho tiver sangue ou secreção purulenta nas fezes, leve-o para uma avaliação médica.
10. Acho que meu filho está desidratado, como posso ter certeza?
O sinal de desidratação que nós podemos ver com mais precisão é a queda do estado geral da criança. Se ela tornar-se muito mole, apática e não quiser mais brincar, é melhor consultar o pediatra. Outros sinais que podem aparecer antes disso são: olhos que não brilham em contato com a luz, choro sem lágrimas, boca seca e avidez por líquidos. Caso perceba que seu filho está com qualquer um desses sintomas, procure o seu médico.
11. Qual tipo de alimentação posso dar para o meu filho com diarréia?
Alimentação normal sem muita gordura, sal ou açúcar, inclusive manter o aleitamento materno. A criança perde o apetite quando fica doente, isso é normal. Nenhum tipo de alimentação muda a duração da diarréia, que depende mais da imunidade da criança. Hidratação é importante, tente dar água e sucos, mas não force, a criança buscará líquidos quando tiver sede.
12. Como faço para parar a tosse?
Não existe um remédio eficaz para parar a tosse, porque a tosse é um mecanismo de defesa para evitar que as secreções cheguem aos pulmões. A tosse pode durar até três semanas. É motivo de preocupação quando ela vem acompanhada de febre (como descrito na questão acima), ou com falta de ar que não estiver relacionada com os acessos de tosse.
13. Quanto tempo o bebê precisa mamar para ficar bem-alimentado?
Não existe tempo de mamada, o principal é a mãe sentir que sua mama esvaziou e depois oferecer a outra. Se o bebê não quiser, tudo bem; na hora de mamar novamente ofereça a mama que não foi esvaziada. Se a mãe não sente a mama esvaziar, o ideal é deixar o bebê mamar por uns quinze a vinte minutos.
14. Qual a freqüência das mamadas?
Também não existe uma regra. O bebê chora quando está com fome, mas também por outros motivos. Quando se desconfia que o bebê tem fome, deve-se oferecer leite ou alguma comida (dependendo da idade) e observar se ele ficou satisfeito. Com um pouco de tempo e paciência a mãe aprenderá qual é a real necessidade do filho.
15. Até quando o bebê deve mamar?
O que é preconizado pela Organização Mundial da Saúde atualmente é que o bebê tenha aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida, ou seja, ele não precisa receber nenhum outro tipo de alimento e bebida durante esse período. Após essa idade o bebê também já pode receber outros tipos de alimento. (Converse com seu pediatra neste momento para saber como será a introdução desses novos alimentos.) Já aleitamento materno associado a outros alimentos pode ser mantido até 2 anos de idade.
16. Meu filho caiu e bateu a cabeça, o que faço?
Em primeiro lugar, veja como ele está, se você achar que ele está com aspecto estranho, leve-o ao pronto-socorro (PS) imediatamente. Avalie o impacto da queda, se for muito grande, também é melhor levá-lo ao PS, mesmo estando com aparência normal. Observe os seguintes sinais após o tombo: vômitos, alteração da consciência, alteração visual e dor de cabeça (exceto no lugar da batida); se algum desses estiver presente, procure um PS de sua escolha.
17. Quais as vacinas que meu filho tem que tomar? E quando as aplicar?
O pediatra orientará sobre quando e quais vacinas devem ser aplicadas. Existe um Calendário Básico Nacional do Ministério da Saúde que deve ser seguido, e complementado com o Calendário da Sociedade Brasileira de Pediatria, no qual estão incluídas algumas vacinas importantes, as quais merecem ser discutidas com o médico.
18. Meu filho não come, e agora?
Essa é uma pergunta frequente nos consultórios e bastante delicada para os pais e cuidadores. A formação do paladar vem já das preferências de alimentação da mãe na gestação da criança desde o quinto mês, se desenvolve devagar no primeiro ano de vida e chega aos 2 e 3 anos com preferências e rejeições mais incisivas. É importante introduzir cada alimento isoladamente após os 6 meses de idade, pois a percepção de cada alimento depende de odores, texturas e genética pré-determinada, além de influências culturais e familiares. Por isto é tão importante o papel dos pais nas primeiras experiências do paladar, pois a criança aprende mais observando o que estes comem do que ouvindo o que devem comer. Se, desde pequenos, os filhos têm uma alimentação saudável, com pouca gordura, pouco sal, que privilegia produtos naturais, eles vão crescer aprendendo a apreciar aqueles pratos.
A criança precisa estar adaptada aos horários da casa em que vive, ou seja, deve comer nos horários em que ocorrem as refeições na sua casa. Dê a oportunidade de seu filho realizar cinco a seis refeições por dia, e não ofereça qualquer alimento no intervalo, isso já vai ajudar bastante. Respeite-o quando ele não quiser comer, algumas vezes não temos vontade mesmo e é bem pior forçar. Qualquer doença diminui nosso apetite, respeite isso também. Existem fases do crescimento da criança em que ela come mais, a adolescência é o melhor exemplo; outras em que come menos, geralmente de 1 a 6 anos de idade. Lembre-se que comer muito não é sinônimo de saúde; é preciso atentar para a qualidade da alimentação.
19. Meu filho não dorme!
Nos primeiros meses, a criança acorda mais vezes para mamar, até duas a três vezes. À medida que vai ficando mais velha, isso se torna menos frequente. É importante acostumá-la desde cedo a dormir no seu berço e quarto. Estabelecer uma rotina com horário de banho, estorinhas e horário de dormir é essencial para a criança adquirir segurança e tranquilidade ao aprender regras da casa.
20. Como transportar o bebê no meu carro?
Até os 4 anos de idade (aproximadamente, pois isso depende do seu peso) a criança deve ser transportada em uma cadeira especial colocada no carro. Até o primeiro ano, a posição adequada para o bebê será olhando para o bagageiro do carro; após isso e até os 4 anos de idade, a criança senta-se olhando para a frente do carro. Existem vários tipos de cadeiras de transporte, com várias marcas, podendo-se comprar aquela que mais agradar, mas deve-se verificar qual é a que melhor se fixa no carro e lembrar de adequá-la ao peso da criança. A cadeira é fixa ao cinto de segurança do carro. Após os 4 anos de idade, existem calços para elevar a criança, para que ela não seja enforcada pelo cinto de segurança.
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