Crianças são ativas por natureza e não gostam de se sentir desocupadas. Mas os pais precisam ensiná-las a saber a esperar e a criar suas próprias atividades
Texto: Adriana Carvalho

"Não tenho nada para fazer!". Quem tem crianças em casa certamente já ouviu essa frase muitas vezes. Às vezes ela é dita quando é preciso suportar algumaespera (como quando a criança tem de fazer alguma viagem longa). Em outros casos, os pais ouvem a famosa frase quando o filho se sente entediado por não ter com quem brincar ou por não saber com o que brincar. Embora seja natural que as crianças, especialmente as pequenas, sejam muito ativas e tenham uma percepção de tempo diferente da dos adultos, é importante que os pais, aos poucos, as ensinem a ter paciência e a esperar. Da mesma forma, devem incentivar as crianças a serem criativas e a inventarem suas próprias brincadeiras e atividades. Dar o exemplo também é fundamental: pais que não desgrudam do celular ou que enchem a criança de atividades fora da escola criam no pequeno a ideia de que é preciso estar o tempo todo ocupado.
1) Por que as crianças reclamam que não têm nada para fazer?
Geralmente as crianças dizem isso pela dificuldade de esperar, conforme explica Luciana Barros de Almeida, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). "À medida que crescem, a capacidade de esperar aumenta. Essa capacidade de espera desenvolve-se de forma mais nítida a partir dos cinco anos", diz.
Mas o estilo de vida das famílias também pode influenciar nesse tipo de ansiedade. "Quando a criança está ocupada o tempo todo com atividades, quando tem tudo em suas mãos na hora que deseja e quando não tem um tempo próprio para brincar sozinha e desenvolver suas brincadeiras e descobertas, ela começa a se sentir mais incomodada ao esperar porque não sabe como se distrair", afirma a psicopedagoga clínica e terapeuta familiar Quézia Bombonatto.
2) Como as crianças lidam com a passagem do tempo?
A noção de tempo da criança é muito diferente das dos adultos. "O tempo da criança parece demorar mais porque ela descobre muitas coisas. Sua noção de tempo tem muito a ver com como ela lida com o novo, com as descobertas", diz a psicopedagoga clínica e terapeuta familiar Quézia Bombonatto. Os adultos têm uma percepção diferente do tempo porque vivenciam menos novidades. "A criança tem tudo para descobrir, para desvendar. Essas experiências novas vão dando a impressão que essa passagem de tempo é maior. A passagem de uma hora para o adulto é uma eternidade para a criança", explica ela.
3) Como os pais podem auxiliar os filhos a aprender a esperar?
A criança que aprende a esperar tem mais chances de ter uma vida adulta saudável, com menos ansiedade e mais possibilidade de viver cada momento, conforme afirma Luciana Barros de Almeida, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). Uma boa maneira de exercitar a espera é quando os pais fazem junto com as crianças algo que necessita de paciência ou quando dão uma desacelerada nas atividades rotineiras. Não dar tudo o que a criança pede na hora que ela quer também é uma forma de ensinar. Ela quer um chocolate? Precisa aprender que só o terá depois do jantar e deverá suportar essa espera.
Para a psicopedagoga clínica e terapeuta familiar Quézia Bombonatto outra maneira de ajudar a conviver com as esperas é estabelecendo uma rotina para os pequenos. "Os pais devem colocar horários para a criança comer, tomar banho, brincar, descansar, estudar. Ao fazer isso, eles vão dando a percepção que cada coisa tem sua hora e que é necessário aguardar", explica ela.
Para a psicopedagoga clínica e terapeuta familiar Quézia Bombonatto outra maneira de ajudar a conviver com as esperas é estabelecendo uma rotina para os pequenos. "Os pais devem colocar horários para a criança comer, tomar banho, brincar, descansar, estudar. Ao fazer isso, eles vão dando a percepção que cada coisa tem sua hora e que é necessário aguardar", explica ela.
4) Como estimular a criança a inventar "algo para fazer"?
Encontrar "algo para fazer" é um exercício de criatividade. "Tem coisas que não se ensina, mas se aprende. Criar é uma delas. Aprende-se a criar criando. O adulto pode criar com a criança, incentivando-a a entrar com ele em uma brincadeira inventada pelos pais. Dessa forma ele lhe dará os caminhos para criar algo também", diz Luciana Barros de Almeida, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) .
Oferecer brinquedos - especialmente aqueles que demandem ação da criança e não façam tudo sozinho - além de proporcionar leituras e passeios é outra forma de mostrar à criança que há muito que se fazer nos momentos de lazer, conforme explica a psicopedagoga clínica e terapeuta familiar Quézia Bombonatto. "É interessante deixar um tempo livre para que as crianças decidam quais brincadeiras querem fazer e se descubram nessas brincadeiras", diz ela.
Oferecer brinquedos - especialmente aqueles que demandem ação da criança e não façam tudo sozinho - além de proporcionar leituras e passeios é outra forma de mostrar à criança que há muito que se fazer nos momentos de lazer, conforme explica a psicopedagoga clínica e terapeuta familiar Quézia Bombonatto. "É interessante deixar um tempo livre para que as crianças decidam quais brincadeiras querem fazer e se descubram nessas brincadeiras", diz ela.
5) E quando a criança não tem companhia para brincar? O que ela pode fazer?
As crianças não precisam estar o tempo todo com outras crianças. "A criança também precisa estar um tempo com ela mesma, para que possa desenvolver sua criatividade, sua imaginação e para que aprenda a brincar quando estiver sozinha", diz explica a psicopedagoga clínica e terapeuta familiar Quézia Bombonatto.
Nessas ocasiões em que não há outras crianças por perto vale também que os adultos participem de atividades com os filhos. "Se não há outras crianças, os pais podem ajudá-la a brincar. Quando pais e filhos brincam juntos vão estabelecendo vínculos necessários para o crescimento das crianças", diz Luciana Barros de Almeida, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) .
Nessas ocasiões em que não há outras crianças por perto vale também que os adultos participem de atividades com os filhos. "Se não há outras crianças, os pais podem ajudá-la a brincar. Quando pais e filhos brincam juntos vão estabelecendo vínculos necessários para o crescimento das crianças", diz Luciana Barros de Almeida, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) .
6) O uso em excesso de celulares e computadores podem influenciar no nível de ansiedade da criança?
Sim. Quando as crianças ficam o tempo todo com um aparelho eletrônico nas mãos elas não tem de tomar uma decisão. Quando precisam deixar os aparelhos de lado, veem-se numa situação em que não sabem o que mais existe para fazer e por isso ficam ansiosas. "Para lidar com isso os pais devem dar à criança disciplina e mostrar a ela um referencial. Eles devem explicar que ela não pode ficar o dia todo na frente das telinhas. Eles devem oferecer opções como ir ao parque, ler um livro. Devem dar alternativas a ela para que ela faça suas escolhas", explica a psicopedagoga clínica e terapeuta familiar Quézia Bombonatto.
7) Qual a importância do exemplo dos pais para evitar reclamações dos filhos sobre não ter nada para fazer?
A melhor forma de ter filhos menos ansiosos é não ser ansioso. "É saber aproveitar cada momento da melhor forma, cuidar para não ser multitarefeiro, ou seja, evitar fazer muitas coisas ao mesmo tempo", diz Luciana Barros de Almeida, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp).
É muito importante também que os pais tomem o cuidado de não ter atitudes como ficar o tempo todo no celular para que os filhos não sigam esse exemplo de que é preciso estar ocupado o tempo todo, segundo afirma a psicopedagoga clínica e terapeuta familiar Quézia Bombonatto.
É muito importante também que os pais tomem o cuidado de não ter atitudes como ficar o tempo todo no celular para que os filhos não sigam esse exemplo de que é preciso estar ocupado o tempo todo, segundo afirma a psicopedagoga clínica e terapeuta familiar Quézia Bombonatto.
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