ESCLARECIMENTOS E CURIOSIDADES SOBRE CRIANÇAS


BLOG SOBRE PEDIATRIA E NEUROLOGIA INFANTIL

PARA ESCLARECIMENTOS E CURIOSIDADES SOBRE TODO PRÍNCIPE E PRINCESA QUE RENOVAM O CORAÇÃO DOS SEUS PAIS E FAMILARES


"A Pediatria não é apenas uma atividade médica em seu sentido habitual.
Ela é também, senão sobretudo, um "estado de espírito", que assegura a permanência dos esforços a favor da criança e que tem como alicerce o amor a ela, não o amor que se exprime em prosa e verso, mas que se exterioriza em ação."
PEDRO DE ALCÂNTARA


domingo, 1 de novembro de 2015


As primeiras receitas para o bebê

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Pode até ser que você nunca tenha encarado uma cozinha antes, mas fique tranquila, porque a alimentação do bebê começa de forma bastante simples e haverá tempo suficiente para elaborar suas técnicas até que ele precise de pratos mais inventivos. E você ainda tem a chance de proporcionar uma alimentação mais saudável e natural para você e toda a sua família. 

Lembre-se de que todos os dados científicos indicam que a amamentação exclusiva com leite materno nos primeiros seis meses de vida é o ideal para bebês, por nutri-los de forma plena e protegê-los contra uma série de doenças. Depois disso, a recomendação do Ministério da Saúde é que o leite passe a ser complementado por outros alimentos até os 2 anos de idade.

De modo geral, as frutas são a primeira novidade que o bebê vai experimentar, e entrarão no lugar de uma mamada ou outra, de preferência no começo ou meio da manhã e meio da tarde. Como o sistema digestivo do seu filho ainda é imaturo, não exagere na dose e comece com frutas mais suaves, como maçã, banana, mamão ou pêra. Cada uma tem que ser dada separadamente primeiro (por ao menos três dias), para ter certeza de que não provocará reação. 

Suco de laranja-lima também é outra opção, por ser rico em vitamina C e pouco ácido. Se estiver amamentando no peito, tente ensinar o bebê a usar um copinho, mais saudável que a chuquinha ou mamadeira. Comece com quantidades bem pequenas (entre 30 ml e 50 ml) e nunca acrescente açúcar nem mel. 

A partir de 6 meses:

Papa de banana

1 banana 

Descasque a fruta e amasse com um garfo. Sirva com uma colher de plástico ou silicone. 


bananas-maçãs tendem a prender o intestino, sendo recomendadas para o caso de diarréia, enquanto as nanicas soltam, sendo usadas para combater a prisão de ventre.
Papa de mamão 

Meio mamão-papaia 

Lave bem a casca e depois corte o mamão na metade. Retire com uma colher as sementes pretas e só use a polpa. Amasse e dê com uma colher pequena de plástico ou silicone. 

Papa de maçã 

1 maçã vermelha 

Lave bem a casca e corte a fruta na metade (você não precisa descascar). Com ajuda de uma colher pequena, vá raspando a polpa da maçã a partir da própria fruta. Preste só atenção para que não escape nenhum pedacinho maior que possa engasgar seu filho. 
Prossiga da mesma forma com pêras. Outra opção é passar a maçã no ralador. 

A partir da aceitação de cada fruta individualmente, você pode começar a misturar duas delas para fazer uma papinha mais rica, como, por exemplo, banana com maçã, maçã com pêra, mamão com laranja. O suco de laranja-lima também pode ser combinado e batido com outras frutas, como acerola, mamão ou maçã ou mesmo legumes, como cenoura ou beterraba. 

As papas salgadas são cozidas, mas nem por isso complicadas de fazer. Elas entram na alimentação infantil para suprir as novas necessidades nutricionais e calóricas do corpo em desenvolvimento e, assim como as frutas, devem ser introduzidas aos poucos. 

O segredo para que seu filho aceite os novos sabores é a repetição (sim, às vezes só na décima vez ele vai parar de cuspir!) e, acima de tudo, a paciência. Depois de meses acostumado ao leite e ao sabor adocicado das frutas, é bem possível que faça muita cara feia até passar a apreciar o gostinho e a consistência das sopas. 

Os pediatras recomendam que elas sejam amassadas ou passadas na peneira, em vez de ser batidas no liquidificador, para que a mastigação seja mais estimulada. Nessas primeiras sopinhas, as carnes normalmente são retiradas, porém um pouco mais para a frente, quando você passar para uma próxima fase da alimentação que as inclua junto da papa, aí sim talvez tenha que recorrer ao liquidificador, porque é difícil desfiar a carne bem pequenininha.

De início, nem é necessário acrescentar sal à preparação, e quando ele for usado, tem que ser com grande moderação, para não sobrecarregar os rins do seu filho. Normalmente, a sopa parece muito suave ao paladar do adulto. 

A papa salgada pode ser primeiro servida na hora do almoço e, após algumas semanas, na hora do jantar também, substituindo as mamadas correspondentes. 

Papa de caldo de carne com cenoura e chuchu 

100 gramas de carne (um bife pequeno de carne magra, como coxão duro ou músculo) 
1 cenoura 
1 chuchu 
água filtrada 

Corte a carne em cubinhos e refogue em uma panela com um pouco de óleo vegetal. Acrescente uma pitada de sal e, quando a carne pegar uma corzinha, coloque a cenoura e o chuchu descascados e cortados em pedaços pequenos. Cubra com água filtrada e cozinhe, com tampa, em fogo baixo até que os legumes estejam moles (aperte com um garfo). Separe a carne. Amasse os legumes com um garfo ou passe-os na peneira. Sirva com uma colher, só tomando cuidado para que não esteja quente demais. 

Rende de 2 a 3 porções 

Papa de caldo de carne com abóbora, mandioquinha (ou batata) e cenoura 

100 gramas de carne bovina magra, como coxão duro ou músculo 
1 fatia de abóbora 
1 mandioquinha 
1 cenoura 
água filtrada 

Corte a carne em pedaços e refogue em uma panela com um pouco de óleo vegetal. Quando começar a ficar corada, acrescente a abóbora, a mandioquinha e a cenoura descascadas e grosseiramente cortadas e uma pitada de sal, se desejar. Cubra tudo com água filtrada, tampe a panela e cozinhe em fogo baixo até que os legumes estejam moles (a abóbora pode levar mais tempo que a cenoura). Separe a carne e amasse o resto com um garfo ou passe pela peneira. 

Rende de 2 a 3 porções 

Papa de caldo de carne com batata-doce e beterraba 

100 gramas de carne bovina magra, como coxão duro ou músculo 
1 batata-doce pequena 
Meia beterraba 
Água filtrada 

Corte a carne em pedaços e refogue, até começar a pegar cor, em uma panela com óleo vegetal. Acrescente a batata-doce e a beterraba descascadas e cortadas, assim como uma pitada de sal. Adicione a água até cobrir tudo. Tampe e deixe cozinhar até que tudo esteja mole. Retire a carne e amasse a mistura que ficou com um garfo ou passe por uma peneira. 

Rende de 2 a 3 porções 

Papa de caldo de frango com mandioquinha e beterraba 

100 gramas de peito ou coxa de frango (1 filé ou 1 coxa) 
1 mandioquinha 
Meia beterraba 
Água filtrada 

Corte o frango em pedaços pequenos e refogue em uma panela com um fundo de óleo vegetal. Coloque uma pitada de sal e, quando o frango começar a ficar esbranquiçado, junte a mandioquinha e a beterraba descascadas e cortadas. Cubra com água e deixe a sopa cozinhar, com a panela tampada e o fogo baixo, até que os legumes estejam moles. Separe o frango e amasse o resto com um garfo ou passando por uma peneira. 

Rende de 2 a 3 porções 

Papa de caldo de frango com abobrinha, batata e cenoura 
100 gramas de peito ou coxa de frango 
1 abobrinha 
1 cenoura 
1 batata 
Água filtrada 

Com o frango cortado em cubos, aqueça óleo vegetal em uma panela e refogue até que mude de cor. Acrescente então a abobrinha, a batata e a cenoura descascadas e cortadas e uma pitada de sal, se quiser. Cubra tudo com a água e cozinhe lentamente até os legumes amolecerem. Retire o frango e amasse a mistura restante com um garfo ou passe na peneira. 

Rende de 2 a 3 porções 

Papa de caldo de frango com batata-doce e chuchu 

100 gramas de peito ou coxa de frango 
1 batata-doce 
1 chuchu 
Água filtrada 

Corte o frango em pedaços e refogue no óleo vegetal até que esteja esbranquiçado. Junte a batata-doce e o chuchu descascados e cortados e uma pitada de sal, se desejar. Acrescente a água filtrada até cobrir tudo e deixe cozinhando, em fogo baixo, até que tudo esteja mole. Separe o frango e amasse o resto com um garfo ou passe na peneira. 

Rende de 2 a 3 porções 

Outro jeito de se organizar para fazer as sopas ou papas é cozinhar uma panela grande só do caldo: um pedaço de carne magra ou um peito de frango, água filtrada, uma pitada de sal, se quiser um pouco de cebola. Cozinhe tudo em panela tampada ou panela de pressão. Aí você congela o caldo em recipientes pequenos e no dia-a-dia cozinha os outros ingredientes das receitas acima direto no caldo. 

Depois de uma ou duas semanas com essas sopinhas bem básicas, os passos seguintes, que variam conforme o pediatra, serão acrescentar a elas caldo de leguminosas (como feijão, lentilha, grão-de-bico) e verduras (como brócolis, couve, espinafre, escarola), além de passar a incorporar a carne ou frango junto do caldo. Há quem prefira esperar também até aqui para incluir macarrãozinho nas sopas. 

Revisado pela nutricionista Tânia Rodrigues, da RGNutri Consultoria Nutricional

domingo, 25 de outubro de 2015

AJUDANDO UMA CRIANÇA A EXTRAVASAR SUAS EMOÇÕES
Conexão Pais e Filhos
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Mais uma vez entendi que a melhor forma de ajudar nossos filhos é através de uma conexão que permita com que eles extravasem suas emoções, seja através do riso ou do choro. Chorar não é ruim. Quando uma criança chora, precisamos mostrar para ela que estamos juntos nessa e que ela vai atravessar pela dor, tristeza, raiva e sair do outro lado sentindo-se melhor. Mostramos isso com nosso olhar, nossa presença e com poucas palavras, sem tentar conforta-la ou fazê-la parar de chorar.

Ontem foi um dia de trabalho difícil. Eu precisava entregar uma apresentação de manhã e a tarde teria uma reunião com os sócios. Até consegui acordar cedo, meditar, preparar alguns materiais e ainda preparar o café da manhã, mas depois disso foi tudo corrido. Almocei com a família, mas praticamente engoli o almoço e saí para a reunião com os sócios. Cheguei em casa 19:30, depois do jantar. Comi qualquer coisa rápido. Estava tenso. Nem falei com Leo direito. Por volta das 20:00 Leo pediu para mamar e dormir. Foi estranho pois ainda iríamos fazer a brincadeira e depois tomar chá. Regiane levou Leo para dormir e eu fiquei com a Luna. Fizemos nosso tempo de brincadeira. Eu estava cansado mas tentei dar toda a atenção que conseguia. Luna quis se balançar no trapézio e depois no sling. Quando ela estava no trapézio ela pediu para eu tentar pegar os pés dela. Eu ia para longe e quando ela se balançava eu tentava pegar os pés mas deixava escapar por um triz. Isso gerou algumas risadas nela. Depois Luna decidiu ir para o sling e pediu para eu balançar o sling de uma forma que ela conseguisse bater os pés no teto (o teto do mezanino é baixo). Ela deu muitas gargalhadas. Depois brincamos de cantar juntos e aí os 15 minutos terminaram. Descemos e eu fui fazer o chá. Enquanto esquentava a água, Luna pediu para eu contar a história do Aladin e a Lâmpada Mágica. Liguei o iPad da Regiane e comecei a contar. Lá pelo meio da história a bateria acabou e por sorte eu conseguia lembrar o resto da história. Eu mencionei o fato da bateria ter acabado para mostrar como as crianças são frustradas com pequenas e grandes coisas ao longo do dia e essas frustrações vão se acumulando dentro delas e precisam sair em algum momento.

Ao terminar a história, servi o chá: uma xícara para mim, uma para ela e uma para Regiane que ainda estava no quarto com o Leo. Luna pediu para ir lá no quarto e minha primeira reação foi dizer não, com medo que ela despertasse o Leo. Ela disse que iria em silêncio e então fomos juntos. Ela abriu a porta com delicadeza e avisou a mãe que o chá estava pronto. Regiane disse que já estava vindo. Sentamos para tomar o chá.

Eu: Vamos pensar no que mais gostamos do dia ou de alguma coisa pela qual queremos agradecer.

Luna: Cadê a mamãe?

Eu: Cadê a mamãe?

Luna: Está lá com o Leo. Mas ela vai perder o chá!

Eu: Ela bebe depois. Você conseguiu pensar em alguma coisa boa do dia?

Luna: Eu não vou falar nada.

(Sinal de alerta 1: Luna sempre participa falando uma ou duas coisas que gostou no dia)

Eu: Tá bom. Então eu vou falar.

Luna: Eu não vou nem brindar com você.

(Sinal de alerta 2: Luna adora brindar depois que alguém fala algo bom)

Eu: Tá bom.

Luna: Eu vou lá chamar a mamãe.

Depois de perceber os dois sinais, estava claro para mim que Luna precisava de limite para poder extravasar suas frustrações. 

Eu: Não, você vai ficar aqui com o papai.

Se ela estivesse bem, iria concordar tranquilamente em ficar comigo, porém Luna começa a chorar. Agora era a hora de ficar escutando seu choro com carinho e conexão.

Luna: Eu quero a mamãe. Eu quero dormir.

Eu (com calma): Agora nós vamos ficar aqui.

Luna: Eu vou chorar até a mamãe chegar. (e começa a chorar cada vez mais alto)

Eu: Você vai acordar o Leo e aí a mamãe não virá mesmo.

Putz, que erro! Me esqueci por um segundo que ela estava completamente inundada por emoções e precisava de conexão e não de explicação. Quando o sistema límbico inunda nosso cérebro com emoções, o neo-córtex (nossa parte mais racional) não consegue funcionar direito, portanto não adianta ficar explicando.

Luna continuou chorando e eu fiquei com ela. Ouvindo ela chorar e mantendo contato com os olhos. Leo acordou lá no quarto e começou a chorar também pois queria sair do quarto. Regiane estava colocando o limite lá e não deixou ele sair.

Luna foi se acalmando. Quando ela parou de chorar eu fiz meu agradecimento. Agradeci à dinda da Luna por ter ficado com ela a tarde enquanto Regiane resolvia outras coisas com o Leo.

Falei que era hora de escovar os dentes e fazer xixi. Ela foi tranquilamente. Ou seja, depois de um choro que durou 3 minutos, ela tinha descarregado suas emoções e voltado a funcionar bem. Depois entrei com ela no quarto. Leo estava acordado no colo da Rê. Pedi para a Luna subir para cama e ela fez com tranquilidade. Fechei a porta e depois de 10 minutos Regiane saiu de lá e deixou os dois adormecendo.

Mais uma vez entendi que a melhor forma de ajudar nossos filhos é através de uma conexão que permita com que eles extravasem suas emoções, seja através do riso ou do choro. Chorar não é ruim. Quando uma criança chora, precisamos mostrar para ela que estamos juntos nessa e que ela vai atravessar pela dor, tristeza, raiva e sair do outro lado sentindo-se melhor. Mostramos isso com nosso olhar, nossa presença e com poucas palavras, sem tentar conforta-la ou fazê-la parar de chorar.

Ontem foi um dia de trabalho difícil. Eu precisava entregar uma apresentação de manhã e a tarde teria uma reunião com os sócios. Até consegui acordar cedo, meditar, preparar alguns materiais e ainda preparar o café da manhã, mas depois disso foi tudo corrido. Almocei com a família, mas praticamente engoli o almoço e saí para a reunião com os sócios. Cheguei em casa 19:30, depois do jantar. Comi qualquer coisa rápido. Estava tenso. Nem falei com Leo direito. Por volta das 20:00 Leo pediu para mamar e dormir. Foi estranho pois ainda iríamos fazer a brincadeira e depois tomar chá. Regiane levou Leo para dormir e eu fiquei com a Luna. Fizemos nosso tempo de brincadeira. Eu estava cansado mas tentei dar toda a atenção que conseguia. Luna quis se balançar no trapézio e depois no sling. Quando ela estava no trapézio ela pediu para eu tentar pegar os pés dela. Eu ia para longe e quando ela se balançava eu tentava pegar os pés mas deixava escapar por um triz. Isso gerou algumas risadas nela. Depois Luna decidiu ir para o sling e pediu para eu balançar o sling de uma forma que ela conseguisse bater os pés no teto (o teto do mezanino é baixo). Ela deu muitas gargalhadas. Depois brincamos de cantar juntos e aí os 15 minutos terminaram. Descemos e eu fui fazer o chá. Enquanto esquentava a água, Luna pediu para eu contar a história do Aladin e a Lâmpada Mágica. Liguei o iPad da Regiane e comecei a contar. Lá pelo meio da história a bateria acabou e por sorte eu conseguia lembrar o resto da história. Eu mencionei o fato da bateria ter acabado para mostrar como as crianças são frustradas com pequenas e grandes coisas ao longo do dia e essas frustrações vão se acumulando dentro delas e precisam sair em algum momento.

Ao terminar a história, servi o chá: uma xícara para mim, uma para ela e uma para Regiane que ainda estava no quarto com o Leo. Luna pediu para ir lá no quarto e minha primeira reação foi dizer não, com medo que ela despertasse o Leo. Ela disse que iria em silêncio e então fomos juntos. Ela abriu a porta com delicadeza e avisou a mãe que o chá estava pronto. Regiane disse que já estava vindo. Sentamos para tomar o chá.

Eu: Vamos pensar no que mais gostamos do dia ou de alguma coisa pela qual queremos agradecer.

Luna: Cadê a mamãe?

Eu: Cadê a mamãe?

Luna: Está lá com o Leo. Mas ela vai perder o chá!

Eu: Ela bebe depois. Você conseguiu pensar em alguma coisa boa do dia?

Luna: Eu não vou falar nada.

(Sinal de alerta 1: Luna sempre participa falando uma ou duas coisas que gostou no dia)

Eu: Tá bom. Então eu vou falar.

Luna: Eu não vou nem brindar com você.

(Sinal de alerta 2: Luna adora brindar depois que alguém fala algo bom)

Eu: Tá bom.

Luna: Eu vou lá chamar a mamãe.

Depois de perceber os dois sinais, estava claro para mim que Luna precisava de limite para poder extravasar suas frustrações. 

Eu: Não, você vai ficar aqui com o papai.

Se ela estivesse bem, iria concordar tranquilamente em ficar comigo, porém Luna começa a chorar. Agora era a hora de ficar escutando seu choro com carinho e conexão.

Luna: Eu quero a mamãe. Eu quero dormir.

Eu (com calma): Agora nós vamos ficar aqui.

Luna: Eu vou chorar até a mamãe chegar. (e começa a chorar cada vez mais alto)

Eu: Você vai acordar o Leo e aí a mamãe não virá mesmo.

Putz, que erro! Me esqueci por um segundo que ela estava completamente inundada por emoções e precisava de conexão e não de explicação. Quando o sistema límbico inunda nosso cérebro com emoções, o neo-córtex (nossa parte mais racional) não consegue funcionar direito, portanto não adianta ficar explicando.

Luna continuou chorando e eu fiquei com ela. Ouvindo ela chorar e mantendo contato com os olhos. Leo acordou lá no quarto e começou a chorar também pois queria sair do quarto. Regiane estava colocando o limite lá e não deixou ele sair.

Luna foi se acalmando. Quando ela parou de chorar eu fiz meu agradecimento. Agradeci à dinda da Luna por ter ficado com ela a tarde enquanto Regiane resolvia outras coisas com o Leo.

Falei que era hora de escovar os dentes e fazer xixi. Ela foi tranquilamente. Ou seja, depois de um choro que durou 3 minutos, ela tinha descarregado suas emoções e voltado a funcionar bem. Depois entrei com ela no quarto. Leo estava acordado no colo da Rê. Pedi para a Luna subir para cama e ela fez com tranquilidade. Fechei a porta e depois de 10 minutos Regiane saiu de lá e deixou os dois adormecendo.

Mais uma vez entendi que a melhor forma de ajudar nossos filhos é através de uma conexão que permita com que eles extravasem suas emoções, seja através do riso ou do choro. Chorar não é ruim. Quando uma criança chora, precisamos mostrar para ela que estamos juntos nessa e que ela vai atravessar pela dor, tristeza, raiva e sair do outro lado sentindo-se melhor. Mostramos isso com nosso olhar, nossa presença e com poucas palavras, sem tentar conforta-la ou fazê-la parar de chorar.

Ontem foi um dia de trabalho difícil. Eu precisava entregar uma apresentação de manhã e a tarde teria uma reunião com os sócios. Até consegui acordar cedo, meditar, preparar alguns materiais e ainda preparar o café da manhã, mas depois disso foi tudo corrido. Almocei com a família, mas praticamente engoli o almoço e saí para a reunião com os sócios. Cheguei em casa 19:30, depois do jantar. Comi qualquer coisa rápido. Estava tenso. Nem falei com Leo direito. Por volta das 20:00 Leo pediu para mamar e dormir. Foi estranho pois ainda iríamos fazer a brincadeira e depois tomar chá. Regiane levou Leo para dormir e eu fiquei com a Luna. Fizemos nosso tempo de brincadeira. Eu estava cansado mas tentei dar toda a atenção que conseguia. Luna quis se balançar no trapézio e depois no sling. Quando ela estava no trapézio ela pediu para eu tentar pegar os pés dela. Eu ia para longe e quando ela se balançava eu tentava pegar os pés mas deixava escapar por um triz. Isso gerou algumas risadas nela. Depois Luna decidiu ir para o sling e pediu para eu balançar o sling de uma forma que ela conseguisse bater os pés no teto (o teto do mezanino é baixo). Ela deu muitas gargalhadas. Depois brincamos de cantar juntos e aí os 15 minutos terminaram. Descemos e eu fui fazer o chá. Enquanto esquentava a água, Luna pediu para eu contar a história do Aladin e a Lâmpada Mágica. Liguei o iPad da Regiane e comecei a contar. Lá pelo meio da história a bateria acabou e por sorte eu conseguia lembrar o resto da história. Eu mencionei o fato da bateria ter acabado para mostrar como as crianças são frustradas com pequenas e grandes coisas ao longo do dia e essas frustrações vão se acumulando dentro delas e precisam sair em algum momento.

Ao terminar a história, servi o chá: uma xícara para mim, uma para ela e uma para Regiane que ainda estava no quarto com o Leo. Luna pediu para ir lá no quarto e minha primeira reação foi dizer não, com medo que ela despertasse o Leo. Ela disse que iria em silêncio e então fomos juntos. Ela abriu a porta com delicadeza e avisou a mãe que o chá estava pronto. Regiane disse que já estava vindo. Sentamos para tomar o chá.

Eu: Vamos pensar no que mais gostamos do dia ou de alguma coisa pela qual queremos agradecer.

Luna: Cadê a mamãe?

Eu: Cadê a mamãe?

Luna: Está lá com o Leo. Mas ela vai perder o chá!

Eu: Ela bebe depois. Você conseguiu pensar em alguma coisa boa do dia?

Luna: Eu não vou falar nada.

(Sinal de alerta 1: Luna sempre participa falando uma ou duas coisas que gostou no dia)

Eu: Tá bom. Então eu vou falar.

Luna: Eu não vou nem brindar com você.

(Sinal de alerta 2: Luna adora brindar depois que alguém fala algo bom)

Eu: Tá bom.

Luna: Eu vou lá chamar a mamãe.

Depois de perceber os dois sinais, estava claro para mim que Luna precisava de limite para poder extravasar suas frustrações. 

Eu: Não, você vai ficar aqui com o papai.

Se ela estivesse bem, iria concordar tranquilamente em ficar comigo, porém Luna começa a chorar. Agora era a hora de ficar escutando seu choro com carinho e conexão.

Luna: Eu quero a mamãe. Eu quero dormir.

Eu (com calma): Agora nós vamos ficar aqui.

Luna: Eu vou chorar até a mamãe chegar. (e começa a chorar cada vez mais alto)

Eu: Você vai acordar o Leo e aí a mamãe não virá mesmo.

Putz, que erro! Me esqueci por um segundo que ela estava completamente inundada por emoções e precisava de conexão e não de explicação. Quando o sistema límbico inunda nosso cérebro com emoções, o neo-córtex (nossa parte mais racional) não consegue funcionar direito, portanto não adianta ficar explicando.

Luna continuou chorando e eu fiquei com ela. Ouvindo ela chorar e mantendo contato com os olhos. Leo acordou lá no quarto e começou a chorar também pois queria sair do quarto. Regiane estava colocando o limite lá e não deixou ele sair.

Luna foi se acalmando. Quando ela parou de chorar eu fiz meu agradecimento. Agradeci à dinda da Luna por ter ficado com ela a tarde enquanto Regiane resolvia outras coisas com o Leo.

Falei que era hora de escovar os dentes e fazer xixi. Ela foi tranquilamente. Ou seja, depois de um choro que durou 3 minutos, ela tinha descarregado suas emoções e voltado a funcionar bem. Depois entrei com ela no quarto. Leo estava acordado no colo da Rê. Pedi para a Luna subir para cama e ela fez com tranquilidade. Fechei a porta e depois de 10 minutos Regiane saiu de lá e deixou os dois adormecendo.


QUANDO A CRIANÇA MENTE...


Essa é a tradução de um texto da Patty Wipfler, fundadora do Hand in Hand Parenting. Ele foi traduzido pela Luciana Paquet.



Pergunta: O que eu devo fazer quando meu filho de 5 anos mente? Ele é um menino brilhante. Atualmente, algumas das mentiras que ele tem contado são frutos da sua imaginação, mas outras – e isso tem acontecido com mais frequência – são para negar alguma coisa que ele fez, dizendo que a culpa é do fantasma que mora conosco. Como eu posso fazer para que ele entenda as consequências quando ele não admitir que foi ele quem fez? Às vezes, eu simplesmente falo “Olha, o xampu esparramou todo no chão! Pegue esta toalha, eu pego esta outra, e vamos limpar.” Ele me ignora como um adolescente! Outras vezes, eu que ignoro a mentira que ele está contando e me baseio no que eu estou vendo: ele diz que guardou os livros, mas eles continuam espalhados, então eu digo que nós não vamos ao parque enquanto ele não arrumar. Eu não acho que passo a impressão que acredito nas suas mentiras. Eu só não quero ter que lidar com elas.



Resposta: Você tentou usar respostas diferentes para lidar com essas situações, o que é inteligente. Ajuda muito quando nós, pais, podemos notar alguma dificuldade e, ao invés de ir logo massacrando nossos filhos, tentamos uma coisa, outra, e vemos o que parece ajudar e o que não funciona. A experimentação é o que faz um bom aprendiz! Eu acho que eu posso dar um pouco de perspectiva e uma ou duas sugestões.


Primeiro: toda mentira que uma criança conta tem uma verdade por trás. E mentiras diferentes sinalizam verdades diferentes.


As mentiras “mundo da fantasia”. Eu conheço uma mãe cuja filha adora contar mentiras exageradas para os adultos. Ela fala sobre longas viagens que fez ou sobre os cinco animais de estimação que tem em casa, tudo rico em detalhes. Ela se esforça para cativar o seu público. Quando eu parei para ouvir a sua mãe e refletir juntas sobre a vida daquela criança, nosso palpite era que ela não queria ficar de fora das conversas dos adultos. A verdade aqui é que a criança quer, desesperadamente, atenção.

As mentiras do “Estou bem” ou “Eu sou melhor do que você”. A maioria das crianças tem receio de serem desvalorizadas ou estão em constante contato com crianças muito competitivas. Competir significa que alguém será julgado por ser menos que o outro e isso sempre é muito, muito duro para as crianças. Algumas mentiras são ditas para assegurar que a criança seja vista como adequada. “Eu tenho cinco Barbies em casa!” ou “Eu sei dirigir!” servem para a criança se mostrar e afastar humilhações. A verdade é que a criança quer ser vista como adequada, como boa.

A mentira do “Eu não quero fazer isso!” As crianças irão mentir quando você pedir para elas avisarem quando terminarem de fazer algo que você pediu. Se elas não quiserem fazer a tarefa, mas acharem que não é seguro emitir opinião sobre ela, irão simplesmente dizer que fizeram, torcendo para não precisar encarar os próprios sentimentos gerados por não querer cumprir a tarefa ou encarar os seus sentimentos de que ele “falhou”. As crianças querem ser boas, querem cooperar, mas elas também precisam de horas e lugares em que possam dizer que não querem ajudar. Quando não há tais horas e lugares, a mentira ocorre. A verdade aqui é “Eu não quero fazer, mas eu não sei se alguém vai me amar se eu disser isto.”

A mentira do “Eu vou enganar para ter o que eu quero”. Estas mentiras são bem parecidas com a do “Eu não quero fazer isso” – há alguma coisa que a criança quer e ela tem certeza que ninguém entende o quanto ela a deseja. Então, ao invés de encarar este sentimento de necessidade, ela, silenciosamente, vai pegar o que ela quer. (Nós, adultos, fazemos isso toda hora! Nós comemos M&Ms escondido quando estamos de dieta, enrolamos uns minutinhos a mais tomando o cafezinho antes de levar as crianças na escola e compensamos o tempo perdido no volante.) A verdade aqui é “Eu quero! E parece que não há como ter o que eu quero ou mesmo mostrar o quanto eu quero.”





A mentira do “Eu não sou ruim”. Estas mentiras são, provavelmente, as mais comuns e as mais complicadas para os adultos lidarem. Nós vemos que o nosso filho fez algo totalmente fora do limite. Nós sabemos quem fez e queremos que a criança admita que fez. Mas ela não admite. Nós queremos que a criança assuma a responsabilidade, mas ela continua mentindo.

Isto, para a maioria dos pais, é causa de fúria e medo. Nós começamos a nos preocupar com o nosso filho e o tipo de pessoa que ele será quando crescer! A verdade por trás desta mentira é importante: nós, adultos, somos grandes, e elas, as crianças, são pequenas e dependem de nós, do nosso amor e aprovação. A manutenção de suas vidas depende de nós.

Elas não querem arriscar essa conexão que tem conosco dizendo algo que nos distanciará delas, ou nos deixará com raiva delas ou bravos com elas. Por isso mentem. Elas não podem cortar (e talvez não devemos esperar que elas cortem) esta conexão de amor desta maneira. É terrível ser humilhado. É terrível enfrentar a raiva ou o castigo de um adulto, quando se é quatro vezes menor que ele e totalmente dependente da sua aprovação. Castigo e culpa corroem como um ácido o sentimento de segurança e esperança de uma criança. A verdade atrás deste tipo de mentira é “Eu não faço ideia do porquê de ter me comportado mal. Tudo o que eu sei é que a minha vida depende da aprovação da minha mãe e do meu pai.”


Como ajudar uma criança que mente?


Um primeiro passo importante para o pai, ou a mãe, é pensar sob um prisma maior. Sim, derramaram mel por todo o chão e a criança está ali, com as mãos grudentas, falando que não fez nada. A mentira pode deixar você irritado, mas ela envia uma mensagem clara: “Eu preciso que você me ame!” Nós aprendemos, com muita rigidez, que a criança deve dizer a verdade aos seus pais. É importante recuar um pouco e perceber que os nossos próprios padrões de verdade são, na realidade, inconsistentes. Todos nós contamos mentirinhas: “Ah, me desculpe, não posso me encontrar com você – eu já tenho um compromisso” ou “Eu adorei o patê.” E nós acobertamos nossas próprias falhas pelos mesmíssimos motivos que os nossos filhos. “Eu me esqueci de lavar as camisas, querido. Desculpa!” enquanto a verdade é que nós nos lembramos, sim, mas estávamos muito cansadas. Nós não queremos o aborrecimento da desaprovação, escutar um sermão ou ser ignoradas. Uma hora ou outra, nós também iremos mentir por amor!


O que realmente ajuda as crianças que inventam histórias ou mentiras é a sensação de uma conexão forte com os seus pais. Uma das formas para conseguir essa conexão é o que chamamos de “Momento Especial”. É muito poderoso permitir que as crianças escolham e façam o que elas quiserem (desde que com segurança), com a aprovação dos pais e a sua atenção exclusiva.


Estes momentos não precisam ser longos, mas precisam ser frequentes. Eles ajudam as crianças sentirem o amor que oferecemos a elas de maneira mais explícita e sentirem que elas podem ter a nossa atenção. E, como você pode ter notado, a maioria das mentiras que as crianças contam, revelam a verdade do querer e precisar de amor e proximidade. Os Momentos Especiais ajudam você a entregar o que o seu filho tanto almeja e precisa.


As crianças também precisam de limites firmes, estabelecidos com carinho, ao invés de austeridade. Um “Eu sei que você quer outro doce, mas eu só vou deixar você comer outro amanhã”, dito com ar de desaprovação, desencoraja a habilidade da criança de mostrar seus grandes desejos de necessidade. Tais sentimentos vão, provavelmente, levá-lo a comer alguns doces escondido porque ninguém viu, nem reconheceu (sem ceder) os seus desejos.


Quando você diz a mesma coisa enquanto coloca a criança no seu colo, aceitando a sua birra por querer o doce, você está permitindo que ela descarregue estas emoções estagnadas. Você não dará o doce. Você dará o seu amor e a sua atenção. Ao terminar o choro, ela se sentirá melhor e a obsessão pelo doce terá, muito provavelmente, sido trabalhada, pelo menos por um tempo.


Quando você permite que seu filho extravase tudo enquanto você escuta seu choro e seu ataque de birra, verá que essas crises murcham do nada, como um balão que voa descontroladamente pelo quarto e depois cai no chão. Ao se libertar desses desejos (pelo doce) que o estavam aprisionando, ele pode trabalhar outras maneiras de ser feliz. Nós chamamos isso de Escutar com Presença. Isso permite que as verdades emocionais das crianças tenham o seu momento (ou a sua hora, dependendo de quanto tempo a verdade foi mantida trancafiada dentro delas).




A última ideia que pode ser útil é esta: não finja ignorância. Se você sabe a resposta para a pergunta “Quem fez isso?” ou “Você acabou a tarefa?”, não pergunte. Não espere que o seu filho se auto-recrimine bem no momento em que você está pronta para atacá-lo. Fazer este tipo de pergunta só vai deixar você chateada já que, ao ser pressionada, a criança tem que mentir. A verdade é que, de uma forma ou de outra ela não conseguirá te agradar. Você ficará brava se ele contar a verdade e brava se ele não contar!


Em vez de perguntar, vá até o quarto dele e veja se está arrumado, ou se o lixo já foi tirado. Se você vir que o quarto não está arrumado, vá até ele, não faça perguntas, abaixe-se ao nível de seus olhos e diga “Eu vi que você ainda não arrumou o seu quarto”. Ele não precisa mentir porque você já disse a verdade.


E não defina consequências. Apenas fique com ele até que vocês dois definam juntos como o trabalho será feito. Pode ser que ele precise chorar porque não quer fazê-lo. Pode ser que ele precise reclamar e fazer você saber como a vida dele é difícil. Pode ser que ele tente negociar. Pode ser que ele precise que você diga “Não, sem negociações hoje.”


Mais cedo ou mais tarde, o esforço da conexão terá valido a pena. Ele se sentirá mais compreendido. Você terá evitado ser dura ou brava. É muito provável que ele se sentirá mais seguro, mais amado, mais propenso a chegar até você quando ele sentir dificuldades, ao invés de ficar mentindo sobre como ele se sente e sobre o que aconteceu.

Cobrir o carrinho com fralda pode colocar bebê em risco

Pais fazem isso para proteger as crianças do sol, mas a atitude agrava a situação

Carrinhos cobertos com panos são prejudiciais à saúde das crianças (Foto: Thinkstock)

Uma atitude que milhares de pais pelo mundo - pelo menos os que vivem em países ensolarados na maior parte do tempo, como o Brasil - já fizeram algo simples, sem saber que estavam colocando os filhos em perigo: proteger a criança no carrinho com uma fralda de pano ou toalha. Pesquisadores na Suécia chegaram à conclusão de que mesmo um pano bem fino pode não ser tão efetivo para criar uma sombra e ainda colocar a criança em risco. A explicação é que o tecido cria uma espécie de forno em volta do bebê, já que reduz a circulação de ar que chega até ele.
Bebês são mais sensíveis ao calor do que as crianças mais velhas ou adultos e a temperatura corporal deles pode aumentar de três a cinco vezes mais rápido. Na infância, suamos menos, o que reduz a capacidade do corpo de se refrescar. Além disso, o organismo gera mais calor durante os movimentos. Assim, há risco de superaquecimento. Ao chegar a 40ºC, o corpo pode apresentar lesões renais ou cerebrais.
Svante Norgren, pediatra sueco, explica o que acontece quando os pais colocam um pano sobre o carrinho, em um passeio ao sol. "Fica extremamente quente ali dentro, como se fosse uma garrafa térmica  Há também má circulação do ar e é difícil ver como o bebê está", disse o médico do Hospital infantil de Astrid Lindgren, em Estocolmo, em entrevista ao jornal sueco Svenska Dagbladet .
Sob orientação do especialista, a publicação sueca realizou algumas experiências para descobrir o quão quente poderia ficar um carrinho de bebê. Os responsáveis pela condução do experimento deixaram o acessório sob o sol das 11h30 até às 13h em um dia quente. Sem algo para cobrir o carrinho, a temperatura chegou a 22ºC.  Uma cobertura fina foi colocada e, depois de 30 minutos, o termômetro marcou 34ºC. Uma hora mais tarde, a temperatura chegou a 37ºC.
Quais cuidados devo tomar?
Gabriela Freitas, coordenadora nacional da ONG Criança Segura, explica que usar tecidos para proteger o bebê do calor tem um prejuízo duplo para saúde do filho. “Essa prática proporciona um local pouco arejado e sem circulação de ar, aumentando o risco de sufocamento. Além disso, com a exposição ao sol o ambiente fica muito quente, o que pode causar desidratação", diz a especialista. O risco da Síndrome da Morte Súbita Infantil aumenta significativamente quando a criança se encontra nessas condições.
É importante que os pais coloquem sempre os bebês de barriga para cima e deixem o ar circular. As mães também devem evitar passear com os filhos em horários de sol forte, entre as 10 h e as 15h. Gabriela também chama a atenção para as características do carrinho. “Ele deve ter freio na rodinha e cinto. Não pode apresentar partes cortantes ou um vão pequeno, onde a criança possa por o dedo e não consiga tirar”, explica.
Tomados todos os cuidados, ao sair com a criança, os pais devem prestar atenção na quantidade de suor e verificar a temperatura do filho. Para as crianças que já sairam do aleitamento exclusivo, Gabriela também indica a hidratação constante com líquidos, principalmente água.

Aleitamento materno também diminui ocorrência de diarréia, diz estudo

Pesquisadores apontam mais uma vantagem para o leite materno

Por Susana Berbert e Vanessa Lima
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Que a amamentação traz diversos benefícios para os bebês, todo mundo já sabe. E agora, pesquisadores da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP), da Universidade de São Paulo (USP), descobriram mais uma vantagem. Um estudo realizado pela enfermeira e professora da Universidade Federal do Maranhão, Floriacy Stabnow Santos, concluiu que o aleitamento também está relacionado a menores taxas de doenças prevalentes na infância, como diarreia, infecções respiratórias e otite, além de menor índice de mortalidade como consequência delas.
Desenvolvida na cidade de Imperatriz (MA) com 854 crianças menores de 1 ano, cadastradas nas unidades de Estratégia Saúde da Família, a pesquisa constatou que a diarreia aguda ocorreu 2,6 vezes mais em bebês menores de 6 meses que não mamaram. A manifestação do distúrbio intestinal também aumentou de acordo com a idade da criança. Após os seis meses, houve maior prevalência. Do total analisado, 22,9% dos bebês apresentaram diarreia aguda e 11,2% chegaram a ser hospitalizados por conta disso.
“O leite materno contém compostos imunológicos que promovem a colonização do intestino da criança por bactérias protetoras, que impedem a fixação de agentes patógenos”, explica Floracy. Para ela, o aleitamento materno exclusivo (AME) é imprescindível na diminuição da incidência de doenças.
A recomendação da Organização Mundial de Saúde é que a amamentação seja realizada desde a primeira hora, exclusiva e em livre demanda, até o sexto mês do bebê e estendida até 2 anos ou mais. No município onde o estudo foi realizado, a média de amamentação exclusiva até os seis meses é de 32%. Aos 12 meses, apenas 15% das crianças mamaram.  “Em Imperatriz, como no restante do Brasil, a prevalência do aleitamento materno é muito baixa. Não cumprimos as recomendações”, afirma Floriacy.
Desmame precoce


desmame precoce dos bebês pode estar relacionado à introdução de hábitos como o uso de chupeta, mamadeira e água, de acordo com a pesquisa. Crianças que não usaram chupeta tiveram cinco vezes mais chances de serem amamentadas, enquanto o não uso da mamadeira aumentou em 16 vezes essa probabilidade. Para os bebês que não consumiram água, as chances foram 8,5 vezes maiores.
Além desses fatores que contribuem para a diminuição do índice de aleitamento, Floriacy afirma que as mães incorporam alimentos complementares muito cedo na dieta do filho. Isso acontece, segundo ela, porque há no país uma cultura que nega a eficiência da amamentação como única via de nutrição ao bebê. “A questão cultural e social sobre o aleitamento é forte. Temos muitos tabus relacionados à amamentação: ‘meu leite é fraco, meu leite não sustenta meu filho. Tenho que dar complemento’. É uma série de coisas que impede a mãe de amamentar”, diz. O resultado, segundo a pesquisadora, é que bebês antes mesmo de completar seis meses já são alimentados com itens absurdos. “Observei crianças de dois meses tomando café e refrigerante”, afirma. O mingau, por exemplo, aumentou a incidência de diarreia aguda em 2,7 vezes, de acordo com Floriacy.
Os dados obtidos apontam que a idade materna também influencia diretamente na manutenção do aleitamento e, consequentemente, em menores incidências de doenças nas crianças. “Mães com mais idade amamentam mais os filhos do que mães mais jovens. Seja por estabilidade econômica, seja por terem mais informações.”
Para a pesquisadora, temos uma cultura deficiente em relação ao aleitamento, resultado de acompanhamentos médicos e hospitalares muitas vezes ineficazes. “O profissional de saúde tem pouco contato com a mulher e esse contato não tem qualidade. Como ela vai comparar a força da cultura com a orientação do profissional se ela não criou um vínculo com ele ou nem foi devidamente orientada? A mãe precisa criar consciência desde o pré-natal e ter convicção de que o leite materno é o melhor alimento”, conclui.